Mensagem do dia

27 junho 2015

A DOR DO ABANDONO

Era uma manhã de sol quente e céu azul, quando o caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura.
De quem se trata?
Quase ninguém sabe.
Poucas pessoas acompanham o féretro. Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve.

Depois que o corpo desocupou o quarto do asilo, onde aquela mulher passou boa parte da sua vida, a responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, umas anotações.
Um diário sobre a dor...
Sobre a dor que ela sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos... Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, gravadas em algumas frases:

Onde andarão meus filhos?
Aquelas crianças sorridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão?
Estarão tão ocupadas?
Talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer olá, mamãe?
Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono... A mais deprimente solidão...

Se ao menos eu pudesse andar...
Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar sol no jardim... Jardim que já conheço como a palma da minha mão.

Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho...
Os dias passam... E com eles a esperança se vai... No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei... Mas, agora... Como esquecer que fui esquecida?
Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia?

Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfazê-lo. Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima...
Queria saber dos meus filhos...
Dos meus netos...
Será que ao menos se lembram de mim?
A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos... Que a arrastam sem misericórdia... para longe de mim.

Às vezes, em sonhos, vejo um lindo jardim...
É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria... Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo... Que eu vivo... Que eu sinto...

Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso... Que a vida continua após a morte, de outra forma... Mas com certeza a minha matéria, a minha mente, o meu eu dessa vida que vivo agora, com o nome que tenho... Nunca mais existirá!
E quando a morte chegar, só restará a saudade que com o passar do tempo se ameniza...
(se é que alguém vai sentir saudade de mim, já que não sentem enquanto ainda estou viva neste asilo)

Sinto que a minha hora está chegando. Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse.
E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam...
Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado... Pensar que a cada pai e a cada mãe Deus perguntará: "- O que fizestes do filho confiado a vossa guarda?"
E aos filhos: "- O que fizestes aos vossos pais?".
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       Cecilia Damazio

24 junho 2015

QUANDO VOCÊ FOI EMBORA...


"Pai, eu vou bem, eu vou indo..."

Olhei ao meu redor, mesmo tão pequenino entendi o que acontecera. Pude ver a todos porém dei por falta de você. Então chorei

Ainda lembro-me de  como vibramos com nossa seleção naquela Copa, mesmo na situação em que você se encontrava e eu sem noção do quanto aquele seu momento era delicado. Mamãe me poupou de te ver partir, e naqueles dias de férias da escola fiz a viagem que me isentaria de presenciar tal momento; no entanto tive que voltar naquele dia em que nosso time perdeu o jogo para a Argentina, saindo da Copa, enquanto sem eu saber você saia da vida.

Meus tios trouxeram-me para que me despedisse; seus amigos me confortaram dizendo que Papai do Céu cuidaria de mim a partir de então, e mesmo em sua despedida, só vim perceber o impacto daquele acontecimento quando chegamos em casa e você não estava.

Eu tive que prosseguir sem você. Restou-me a alegria de tê-lo comigo durante meus primeiros sete anos de vida e guardar no peito as lembranças do que vivenciamos juntos.

O tempo passou, e mediante tudo que passei eu muito venci. Estou cuidando de nossa rainha, da tia-avó e de nossas meninas (Diga-se de passagem que elas aumentaram nas gerações que seguiram após sua partida) mesmo tendo sido seu último rebento e ainda agreguei mais uma para fazer parte de nossa família. Estou fazendo o melhor que posso.
Fico feliz em saber o quanto sua fé cresceu e manifestou-se perante todos os que te acompanharam naqueles tristes dias. E por meio da minha creio que Deus o guardou para um dia, que tanto anseio, nos encontrar.
Tanto tempo já se foi desde aquele dia em que foi embora, mas o tempo não tirou você de mim, meu pai.

Escrito pelo meu filho no auge da nossa saudade.

In memorian José Carlos Bittencourt, o meu companheiro de jornada, falecido em 24/06/1990.
Com permissão do autor.
http://www.marcusbittencourt.com/
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23 junho 2015

O BRASIL CANTADO EM PROSA E VERSOS

Chega!
Que mundo é esse?
Eu me pergunto!

Chega!
Quero sorrir, mudar de assunto!
Falar de coisa boa
Mas na minha alma ecoa
Agora um grito
E eu acredito que você vai gritar junto!

A gente é saco de pancada
Há muito tempo e aceita
Porrada da esquerda
Porrada da direita
É tudo flagrante
Novas e velhas notícias
Mentiras verdadeiras
Verdades fictícias

Policia prende o bandido
Bandido volta pra pista
Bandido mata polícia
Polícia mata o surfista
O sangue foi do Ricardo
Podia ser do Medina
Podia ser do seu filho
Jogando bola na esquina

Morreu mais uma menina
Que falta de sorte
Não traficava cocaína
E recebeu pena de morte!
Mais uma bala perdida
Paciência
Pra ela ninguém fez nenhum pedido de clemência

Chega!
Que mundo é esse?
Eu me pergunto!

Chega!
Quero sorrir, mudar de assunto!
Falar de coisa boa
Mas na minha alma ecoa
Agora um grito
E eu acredito que você vai gritar junto!

Chega!
Vida de gado, resignado.
Chega!
Vida de escravo, de condenado.
A corda no pescoço do patrão e do empregado
Quem trabalha honestamente tá sempre sendo roubado

Chega!
Água que falta
Mágoa que sobra

Chega!
Bando de rato
Ninho de cobra

Chega!
Obras de milhões de reais
E milhões de pacientes
Sem lugar nos hospitais

Chega!
Falta comida
Sobra pimenta

Chega!
Repressão que não me representa
Chega!
Porrada pra quem ama esse país
E bilhões desviados
Debaixo do meu nariz

Chega!
Contas, taxas
Impostos, cobranças

Chega!
Tudo aumenta
Menos a esperança
Multas e pedágios
Para o cidadão normal
E perdão para empresas que cometem
Crime ambiental

Chega!
Um para o crack
Dois para cachaça

Chega!
Pânico
Morte
Dor e Desgraça

Chega!
Lei do mais forte
Lei da mordaça
Desce até o chão na alienação da massa.

Eu vou
Levanta o copo e vamos beber
Levanta o copo e vamos beber!
Eu vou
Levanta o copo e vamos beber!
Um brinde aos idiotas
Incluindo eu e você

Eu vou
Levanta o copo e vamos beber
Levanta o copo e vamos beber!
Eu vou, agora eu vou
Levanta o copo e vamos beber!
Um brinde aos idiotas
Incluindo eu e você

Democracia
Que democracia é essa?
O seu direito acaba onde começa o meu
Mas onde o meu começa?
Os ratos fazem a ratoeira e a gente cai
Cada centavo dos bilhões é da carteira aqui que sai

E a gente paga juros
Paga entrada e prestação
Paga a conta pela falta de saúde e educação
Paga caro pela água, pelo gás, pela luz
Pela paz, pelo crime
Por Alá, por Jesus

Paga imposto
Paga taxa
Aumento do Transporte
Paga crise na Europa
E na América do Norte
Os assassinos na FEBEM
O trabalho infantil na China
E as empresas e os partidos envolvidos em propinas

Chega!
Que mundo é esse?
Eu me pergunto!
Chega!
Quero fugir, mudar de assunto!
Falar de coisa boa
Mas na minha alma ecoa
Agora um grito
E eu acredito que você vai gritar junto!

Chega!
Vida de gado, resignado

Chega!
Vida de escravo, de condenado
A corda no pescoço do patrão e do empregado
Quem trabalha honestamente tá sempre sendo roubado

Presidente
Deputados
Senadores
Prefeitos
Governadores
Secretários
Vereadores
Juízes
Procuradores
Promotores
Delegados
Inspetores
Diretores
Um recado pra senhoras e os senhores

Eu pago por tudo isso
Imposto sobre serviço
A taxa sobre produto
Eu pago no meu tributo

Pago pra andar na rua
Pago pra entrar em casa
Pago pra não entrar no SPC e no SERASA
Pago estacionamento, taxa de licenciamento
Taxa de funcionamento, liberação e alvará

Passagem
Bagagem
Pesagem
Postagem
Imposto sobre importação e exportação
IPTU E IPVA
O IR, O FGTS, O INSS, O IOF, O IPI, O PIS, O COFINS E O PASEP

Construção do estádio
O operário e o cimento
Eu pago o caveirão
A gasolina e o armamento
A comida do presídio
O colchão incendiado
Eu pago o subsídio absurdo dos deputados

A esmola dos professores
E escola sucateada
O pão de cada merenda
Eu pago o chão da estrada
A compra de cada poste
Eu pago a urna eletrônica
E cada árvore morta
Na nossa Selva Amazônica

Eu pago a conta do SUS
E cada medicamento
A maca que leva os mortos na falta de atendimento
Paguei ontem
Paguei hoje
E amanhã vou pagar
Me respeita!
Eu sou o dono desse lugar

Chega!
 photo assinatura_7_zpsff26786e.gifChega
Gabriel O Pensador

21 junho 2015

EXPERIENCIAS DE UMA MULHER VIVIDA

Não se esforce demais. O lingerie de seda, o perfume importado e o jantarzinho a luz de velas com vinho caro é para quem merece.
Algumas mulheres têm mania de pegar um ficante que encontrou há a uma semana na balada, levar pra casa e tratar como um rei.
Tratamento vip é para namorado firme e marido, se merecerem. Porte-se como uma joia rara e como tal não se doe facilmente para o primeiro que aparecer, não importa o nível da sua carência, seja valiosa.
Pare de ser tão boazinha. Abrir mão do que gosta, mudar o jeito de ser, deixar de se divertir, só porque começou um relacionamento e está apaixonada? Homem gosta de mulher com vida própria, orbitar em volta dele é receita certa para o fracasso, ele pode momentaneamente demonstrar que gosta deste estilo, mas logo se cansa. No fim você perde o namorado e os amigos. Sem contar que ele não vai abrir mão de assistir futebol para ficar com você. Use o mesmo critério para lidar com ele e no fim ele estará te acompanhando em tudo, feliz da vida, afinal é muito bom estar ao lado de pessoas que tem vida.
Pare com os joguinhos. Os casais perdem a oportunidade de se conhecer de verdade e sem máscaras. Está manjado demais transar só no terceiro encontro, não responder a mensagem antes de 60 minutos, só atender o telefone no quinto toque, fazer ciúmes sem necessidade e fingir que não dá a mínima.
Encontrar o equilíbrio entre ser disponível demais e ser inacessível está difícil. Ninguém mais demonstra interesse e tesão pelo outro de forma saudável. Nunca sabemos se o outro não liga no dia seguinte porque não está interessado ou porque está se fazendo de difícil para valorizar o passe. Ter tato para não perder a dignidade e saber a hora de bater em retirada é importante, mas um pouco de transparência e sinceridade não faz mal a ninguém. Se for fazer joguinho, seja inteligente, crie novos truques, pois alguns já estão batidos demais.
Jamais se rebaixe. Não importa qual foi a traição, a culpa é do seu parceiro e não da “vagabunda” que ele comeu, a não ser que ela tenha colocado um revolver na cabeça dele.
Essa história de mulher bater na amante é ridícula. Nenhum homem é digno de escândalos e manifestações públicas de ciúmes, isso inclui as indiretas nas redes sociais.
Mesmo que tiver chorando lágrimas de sangue, fique em cima do salto, ninguém precisa saber da sua condição miserável, não dê esse gostinho para as inimigas e para algumas amigas falsas e invejosas.
                 Aprenda,
para algumas pessoas só contamos as vitórias!
             Seja você mesma.

A performance do filme pornô de quinta categoria não precisa necessariamente ir para sua cama, nada mais patético que a mulherada que finge orgasmo e ainda quer contar vantagem “ pras amiga”. Sem contar que se a coisa for forçada demais o homem percebe.

Já ouvi depoimentos de caras que simplesmente brocharam em situações assim. Nada contra quem gosta do estilo e faz porque realmente gosta e está com vontade, mas tudo que é falso e feito somente para tentar impressionar o outro pode gerar efeito contrário.

A diferença entre ser feminina e mulherzinha. Homem quer ser homem, o chefe da casa.
Suba na cadeira e chame o gato pra matar a barata, peça-o para abrir a conserva de azeitona e trocar a resistência do chuveiro (essa é uma lição que ainda não aprendi).

Quando o macho alfa terminar, não se esqueça de agradecer e elogiar tanta virilidade.
Não importa se você é presidente de uma multinacional e ganha cinco vezes mais que ele, seu parceiro vai adorar uma mulher feminina que o valorize enquanto homem e que o faça sentir-se útil (isso se ele merecer).

A mulherzinha olha a marca do carro, dá golpe dá barriga e é manipuladora, faz escândalo por qualquer coisa, quebra as finanças do parceiro, requer atenção total, mas é afetivamente mesquinha, só recebe.
Mulherzinha, ai que preguiça!

Para os leitores que levam tudo ao pé da letra, é claro que esse é um exemplo, existem infinitas possibilidades para valorizar um homem, e não podemos limitá-los apenas a matadores de baratas e abridores de conservas.

Escolha bem seu parceiro use a razão não só o coração. A mulherada lutou e luta tanto por igualdade, mas hoje tem jornada dupla e até tripla para dar conta da vida profissional, casa, filhos e marido.
Queria saber onde está a igualdade nisso, pois enquanto a mulher se desdobra, muitos maridos estão no sofá assistindo tv ou no bar com os amigos.
Quando for se relacionar com alguém, antes de se envolver loucamente em um amor de xxxx sem fim, preste muita atenção na sogra, veja como ela trata os filhos.
Dá tudo na mão, recolhe os sapatos e meias sujas pela casa, faz o pratinho de comida com o feijão em cima, lava as cuecas, defende cada um até a morte mesmo que estejam errados?
Se for esse o caso, AMIGA CORRAAAAA! Caso contrário, você será uma forte candidata a Amélia emancipada.
O borogodó – Magnetismo pessoal e amor próprio vale mais que um corpo sarado.

A mulherada está caprichando tanto no treino, na lipoaspiração e no silicone, mas o número de fracassos amorosos não diminui.
Outra ala se sente gorda demais e sem autoconfiança para atrair o sexo oposto, mas também não faz nada para mudar.

Existem mulheres que aparentemente não possuem nada de especial, podem até ser “feias”, porém, por alguma razão os homens caem aos seus pés.
Esse magnetismo em algumas mulheres vem de onde? O que elas têm é independência emocional, se apoiam sozinhas, se bastam, tem outras metas além de agarrar um homem, estudam, trabalham, viajam e são felizes sozinhas ou acompanhadas.

Não vivem carentes chorando pelos cantos, não são cheias de mágoas, não pegaram ódio dos homens por conta de decepções do passado. Aconteça o que acontecer, essas mulheres estão sempre de cabeça erguida e tem uma vida que não se limita apenas em se arrumar para encontrar um macho.

Seja uma xxxx entre quatro paredes e o que quiser na sociedade.
Afinal o que é ser uma dama na sociedade?

A Amélia emancipada devotada à família, a esposa renegada que trabalha que nem camela para dividir com o marido as contas de casa?

Tem algo mais irritante que estereótipos do que é ser uma boa mãe e esposa? E a quantidade de cobranças que recebemos quando não atendemos esse modelo? E essa mulher resignada e atarefada, consegue ser o mulherão que os homens adoram entre quatro paredes?
           Claro que não!
Conheço casais que nunca conversaram sobre suas preferências e fantasias sexuais. Tudo bem que não é fácil manter o tesão a todo vapor 100% do tempo, mas quanto vale o seu relacionamento?
Será que ele não merece um pouco mais de investimento? Nem é tão difícil assim satisfazer um homem, faça bem feito, faça com gosto, mostre que ele é desejado (se ele merecer) nem precisa se pendurar no lustre e saber todas as posições do kama sutra, basta tirar algumas horas para dedicar exclusivamente a ele, com amor, carinho e uma pitada de sacanagem, por que não?
Por ele sim vale investir no jantarzinho a luz de velas, no lingerie de renda e no vinho caro.
Esse título foi inspirado por uma prostituta aposentada, que acumulou uma experiência de vida e que dizia sempre: Ouve o conselho dessa puta velha.
Histórias assim são para quebrar os paradigmas e fazer repensar alguns valores, sem contar que chacoalham os puritanos, as feministas e críticos de plantão.
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20 junho 2015

ESSÊNCIA DOS PEQUENOS GESTOS

O individualismo das pessoas tem sido a grande marca registrada no comportamento humano que interfere... compromete... influência... contamina.. revolta... outras pessoas, cria situações desagradáveis fazendo com que conflitos sejam gerados aumentando o  distanciamento  entre as pessoas e retardando possíveis soluções a serem tomadas facilitando a convivência de todos.

Geralmente é com a idade maior que sentimos o reflexo das nossas ações,  quer seja  boa ou má, ela é a medidora....a cobradora....a mediadora entre nós e o tempo.
Passar uma parte da vida sem ver que as suas ações de agora vão interferir no resultado futuro deixa uma sensação de caminhada retrógrada do ser humano.

De onde eu vim...Os valores éticos e morais faz parte da formação humana..  
Por onde eu passo deixo uma semente desses valores que vou adquirindo na caminhada mostrando que está ao alcance de todos e que faz parte da evolução espiritual humana.            
Para onde vou...consciência tranquila de que fiz o dever de casa de acordo com a educação domestica recebida, de acordo com os valores que me foram passados, de acordo com a minha religiosidade.
 
Valores éticos e morais, conceitos sobre tudo estão em sempre presentes na formação do caráter humano.
Lamentável que nem todas as pessoas podem  alcançar não por ser pequenos mas por não terem sido preparadas para se tornar pessoas melhores. 

Evolução humana significa crescimento espiritual... Preparação para viver em coletividade, fazendo ou tornando a individualidade um mal a ser extinto pois de tanto fazer parte das nossas ações já perdemos virtudes e ou deixamos de conhecer  a essência  dos pequenos gestos que mostram o verdadeiro sentido da palavra cooperação.
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18 junho 2015

O " VELHO" COMO CONTADOR DE HISTÓRIAS.

Dividindo com vocês as palavras da Srª Eneida Souza Cintra – Psicóloga
Boa leitura.

O "velho" como contador de histórias.
Embora querendo me dirigir à terceira idade, começo fazendo uma retrospectiva e um paralelo entre os atuais “sessentões” e os “trintões”.
Existem verdades irrefutáveis:
Aos mais velhos: todos foram  bonitinhos, mocinhos, “durinhos”, magrinhos.
Aos mais jovens: todos chegarão às rugas, à calvície ou ao cabelo branco.

Durante este processo, todos passaram do riso infantil à contestação da adolescência, enfrentando o famoso conflito de gerações. Atingindo a fase adulta definimos com um pouco mais de clareza nossos valores buscando dirigir a vida com maior independência.
Ultrapassada estas fases, há o preparo para a vida prática. Nesta época, é comum já estar-se em companhia de alguém que, tendo feito um trajeto semelhante conseguiu seqüestrar sentimentos afetivos, surgindo o desejo do compartilhar, inerente ao ser humano tanto biologicamente como psicologicamente.

No entanto, embora todos tenham passado por estas etapas e outros ainda o farão, noto uma grande diferença entre estas duas gerações enquanto esforço para ultrapassar estas fases que devem ser sempre muito lembradas, até exaltadas pelos mais velhos:
– as faculdades em menor número exigiam do candidato dedicação plena: não havia férias, feriados e fins de semana
– em sendo a classe média extremamente diminuta nem todos conseguiam atingir o patamar do nível universitário; assim, a luta pela sobrevivência começava mais cedo: antes dos dezoito anos já se trabalhava de estafeta, de vendedor, optava-se pelo funcionalismo público para ser “escriturário”, pequeno comerciante, etc.

Absolutamente não quero dizer que tenham desaparecido estas funções;  apenas que as opções da época estavam mais voltadas a este perfil quando viam inviabilidade de uma formação universitária. Não havia a possibilidade de “esticar” a adolescência.

Com todo este preâmbulo, o que quero dizer é que a responsabilidade sobre a própria vida, a busca para sair do ovo materno, a luta pela independência me parece ser mais pertinente à geração mais velha do que a atual, pois não se tinha possibilidade de escolha: ou ingressava-se rapidinho no terceiro nível ou ia-se trabalhar para ajudar tanto a família como a si próprio constituindo novo núcleo.

Sobressaio isto porque não é incomum a tendência do mais velho olhar para trás e pensar naquilo que poderia ter feito e não naquilo que de fato produziu, fez, lutou.
O fato de estar, algumas vezes aposentado, leva-o a viver e sentir apenas o presente ajuizando-se sem utilidade, rejeitado por não mais produzir, empurrando-o a um estado deprimido.
Não quero denegrir o jovem atual, mas gostaria de lembrar aos mais velhos o quanto se sobressaiu no decorrer da vida, o quanto se doou para chegar ao sustento da família, o quanto valor existiu na luta, quantas passagens difíceis foram superadas, com que orgulho deve olhar para os descendentes sabendo-se colaboradores maiores desta juventude, mesmo estando os filhos entre aqueles que não tendo obtido o êxito esperado, mantém os pais como provedores.

Meu convite é para que todos pensem nas suas vitórias, nas suas origens, nas transformações que propiciaram na vida dos outros, na própria vida e a grande colaboração que fizeram junto à sociedade.

Colaborando com este quadro, a sociedade esquece que os benefícios que vivem no presente, devem-se ao passado construído por aqueles que estão com idade mais avançada.
Ao invés de colherem informações, de exaltarem as construções feitas nos mais diversos setores e transformarem o “velho” numa escola de aprendizes, além  ignorá-los, não é incomum imprimir-se um tom de menosprezo.
A pouca valorização é injusta principalmente por ser regra da natureza a passagem por todas estas etapas.

Não querendo absolutamente denegrir o trabalho de historiadores (pelo contrário, exalto-os), é muito interessante ouvir as experiências vividas, é muito rico tomar conhecimento através de depoimentos de quem viveu a história com os detalhes que envolvia família, preocupações, atitudes tomadas, mudanças que precisaram acontecer mediante algum fato significativo (política, revoluções, o aparecimento da tecnologia, as transformações de hábitos sociais,)etc.

Poderíamos dizer que o que estudamos nos livros seria completado com o relato oral ou com um registro “caseiro” que vem certamente carregado de emoção.

Treinar o ouvido atentando às informações que o idoso tem a ofertar é, não só benefício para ele que se sentirá sustentado e apoiado como também fonte riquíssima de aprendizagem podendo-se fazer paralelos entre o hoje e o ontem.

Faz-se necessário enaltecer a todos que, em relação aos anos vividos, relembrar com satisfação o que fizeram, imprimir  alegria nas conquistas, olhar o que passou carregado de satisfação.

Façamos do “velho” um grande contador de histórias! Todos terão  muito a ganhar!
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06 junho 2015

ANJOS SEM ASAS

Discípulas... Seguidoras de Florence Nightingale, mulher corajosa que estabeleceu as bases da enfermagem moderna, nós fomos as pioneiras do curso  técnico de enfermagem no Colégio Estadual Presidente Costa e Silva lá no período de 2009  a 2011.

Iniciamos o primeiro ano letivo divididas em duas turmas de mais ou menos quarenta pessoas,  tendo como justificativa principal a diferença na idade de cada uma. 
Imagine quando fomos obrigadas a unificar as turmas por conta da evasão  escolar.
Foi só alegria...?  Foi mais do que isso....
Do total do alunado, aproximadamente 20 % eram jovens senhoras, inclusive eu já cinquentona, misturada a jovens adultas, algumas adolescentes, mas  dispostas a desvendar a arte do cuidar.

Independente de grau de amadurecimento, visão da vida nos seus mais complexos estágios, choque de opiniões, conflitos de personalidades, os sonhos eram os mesmos...

O foco principal era estarmos  ali reunidas   para criar e aproveitar possibilidades para alcançar o sucesso profissional, sabendo que educação e conhecimento são bases para a formação intelectual de um individuo no sentido de torná-lo apto, despertando o seu talento, preparando a caminhada e aproveitando as oportunidades surgidas ao longo desse percurso.

O sucesso profissional é “Ser a pessoa certa no lugar certo”, seguindo regras da pontualidade, disposição, profissionalismo, empatia, mas quebrando tabus  como o medo e o desanimo.

No lugar certo estará um grande profissional quando a sua escolha for certa o bastante para  agregar valores baseados na educação e no conhecimento,  e isso a turma, as meninas do jaleco branco,   assimilou com grande sabedoria.
                                                       
E também ali estavam pessoas que buscavam  colocar em prática o que estava sendo aprendido em sala de aula e a passos largos buscavam-se oportunidades de alcançar os pensamentos de Florence, baseadas na sua conduta em proporcionar conforto, alivio aos  que precisassem de cuidados, quando percorria e iluminava os corredores escuros a luz de um lampião para melhorar a situação de todos.
Assim ficou famosa, a lenda viva, a dama do lampião.
Decisão difícil aos 24 anos nos anos de 1844.

Embora já com conhecimento na área e grande bagagem  adquirida no curso de  auxiliar de enfermagem (aux. de enf.) realizada no Hospital Santo Antonio (HSA) e exercendo a profissão por vários anos,  busquei agregar novos conhecimentos e procedimentos fazendo parte de uma das turmas por dois anos consecutivos, interrompido por motivos particulares, inclusive o trabalho voluntário com idosos do abrigo São Gabriel localizado no bairro Boa Viagem.
Ufa....dói até em lembrar.

Pois bem, a turma seguiu em frente e hoje tenho noticias de que o sucesso as alcançou e para minha surpresa e felicidade, uma aluna e colega do curso por nome Jackeline, criou um grupo em uma das redes sociais chamado de “Amigas do jaleco branco” (nada mais justo), para  manter viva as lembranças do curso,  tanto quanto os sentimentos de amizade estabelecido no coração  de cada uma de nós.

Grande ideia. Grande colega.
Fica aqui registrado minha admiração,  respeito e  agradecimento pelo carinho e atenção que tiveram para comigo quando juntas e pelo convite para fazer parte do grupo.
 
Florence Nightingale  disse que a enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, que temos que aprender... Conviver,  separando os nossos problemas,  não por indiferença mais por amor ao próximo.
E arte só se faz com amor... por amor.

A minha homenagem a você que faz parte do grupo “ Amigas do jaleco branco”
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