Mensagem do dia

19 fevereiro 2016

Votar = Rachel de Queiroz

Estamos vivendo em um ano eleitoral e nada mais justo compartilhar com você um artigo escrito pela excelente Rachel de Queiroz em 11 de janeiro de 1947, o qual se encontra no contexto da política atual, reproduzido aqui em sua redação própria da época e tão bem representado nas linhas de visão de uma mulher a frente do seu tempo.

                Para ler e refletir
Não sei se vocês têm meditado como devem no
funcionamento do complexo maquinismo político que se chama govêrno democrático, ou govêrno do povo.
Em política a gente se desabitua de tomar as palavras no seu sentido imediato.
No entanto, talvez não exista, mais do que esta, expressão nenhuma nas línguas vivas que deva ser tomada no seu sentido mais literal: govêrno do povo.
Numa democracia, o ato de votar representa o ato de FAZER O GOVÊRNO.
Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia.
Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo.

Escolhe-se pelo voto aquêles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas - e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis!
A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia, até os sete palmos de terra da derradeira moradia.
Escolhemos igualmente pelo voto aquêles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aquêles que irão estipular a quantidade dêsses impostos.
Vejam como é grave a escolha dêsses “cobradores”.

Uma vez lá em cima podem nos arrastar à penúria, nos chupar a última gôta de sangue do corpo, nos arrancar o último vintém do bôlso.
E, por falar em dinheiro, pelo voto escolhem-se não só aqueles que vão receber guardar e gerir a fazenda pública, mas também se escolhem aqueles que vão “fabricar” o dinheiro.

Esta é uma das missões mais delicadas que os votantes confiam aos seus escolhidos. Pois, se a função emissora cai em mãos desonestas, é o mesmo que ficar o país entregue a uma quadrilha de falários.
Êles desandam a emitir sem conta nem limite, o dinheiro se multiplica tanto que vira papel sujo, e o que ontem valia mil, hoje não vale mais zero.
Não preciso explicar muito êste capítulo, já que nós ainda nadamos em plena inflação e sabemos à custa da nossa fome o que é ter moedeiros falsos no poder.

Escolhem-se nas eleições aquêles que têm direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático.
E, circunstância mais grave e digna de todo o interêsse: dá-se aos representantes do povo que exercem o poder executivo o comando de tôdas as fôrças armadas: o exército, a marinha, a aviação, as polícias.

E assim, amigos, quando vocês forem levianamente levar um voto para o Sr. Fulaninho que lhes fêz um favor, ou para o Sr. Sicrano que tem tanta vontade de ser governador, coitadinho, ou para Beltrano que é tão amável, parou o automóvel, lhes deu uma carona e depois solicitou o seu sufrágio - lembrem-se de que não vão proporcionar a êsses sujeitos um simples emprêgo bem remunerado.

Vão lhes entregar um poder enorme e temeroso, vão fazê-los reis; vão lhes dar soldados para êles comandarem - e soldados são homens cuja principal virtude é a cega obediência às ordens dos chefes que lhe dá o povo.
Votando, fazemos dos votados nossos representantes legítimos, passando-lhes procuração para agirem em nosso lugar, como se nós próprios fôssem.

Entregamos a êsses homens tanques, metralhadoras, canhões, granadas, aviões, submarinos, navios de guerra - e a flor da nossa mocidade, a êles prêsa por um juramento de fidelidade.
E tudo isso pode se virar contra nós e nos destruir, como o monstro Frankenstein se virou contra o seu amo e criador.

Votem, irmãos, votem.
Mas pensem bem antes.
Votar não é assunto indiferente, é questão pessoal, e quanto!
Escolham com calma, pesem e meçam os candidatos, com muito mais paciência e desconfiança do que se estivessem escolhendo uma noiva. Porque, afinal, a mulher quando é ruim, briga-se com ela, devolve-se ao pai, pede-se desquite.
E o govêrno, quando é ruim, êle é quem briga conosco, êle é que nos põe na rua, tira o último pedaço de pão da bôca dos nossos filhos e nos faz apodrecer na cadeia.

E quando a gente não se conforma, nos intitula de revoltoso e dá cabo de nós a ferro e fogo.
E agora um conselho final, que pode parecer um mau conselho, mas no fundo é muito honesto.

Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum poderoso para sufragar êste ou aquêle candidato, não se preocupe.
Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez.
Lembre-se de que o voto é secreto.
Se o obrigam a prometer, prometa.
Se tem mêdo de dizer não, diga sim.

O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha.
Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem mêdo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINE INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM HOMEM LIVRE.
Falte com a palavra dada à fôrça, e escute apenas a sua consciência.

“Palavras o vento leva, mas a consciência não muda nunca, acompanha a gente até o inferno”.
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03 fevereiro 2016

Ataque ao mosquito.

Olá..........companheiros de jornada.
Em uma postagem datada novembro passado, lhes disse que “No final do mês de outubro, lamentavelmente fui picada pelo mosquito Aedes aegypti causador da também Febre Chikungunya ....onde a dor tomou como refém todas as minhas articulações. 
A pele mudou de cor.
Fiquei vermelha e edemaciada.
Cabelos ressecados e quebradiços, hoje com queda acentuada.
Planta dos pés inchada e dolorida dificultando o caminhar.
Mãos comprometidas com o tato e movimentação.
Sinto que Envelheci 10 anos em 30 dias.
Verdade.
Ainda não me achei no fundo do espelho.
Alguns sintomas permanece.

A natureza avisa antecipadamente quando existe a possibilidade de eventuais catástrofes....epidemias.... por conta da interferência do homem nas condutas naturais do nosso planeta.  O desequilíbrio ambiental nos faz ver o quanto somos provocadores e inconsequentes.
Aviso de Alerta....Aviso de precaução....de prevenção .....

Segundo a Organização Mundial de Saúde o nosso país foi considerado livre do vetor em 1958, que naturalmente o relaxamento das medidas de controle após a erradicação do A. aegypti permitiu sua reintrodução no país no final da década de 1960.

E hoje o que vemos é o mosquito tomar conta do mundo vitimando grande parte da sua população, gerando casos graves até mesmo em quem ainda vai nascer.

Em breve espaço do tempo teremos uma geração de pessoas com comprometimentos neurológicos por conta de um vetor que vem desenvolvendo resistência até mesmo pelo “muito” pouco que se sabe a seu respeito, ainda sendo agora pesquisado intensamente pelos especialistas em todo o planeta, isso depois do crescimento dos casos epidemiológico que atinge grandes proporções já a caminho de uma pandemia.
Acredito que nada falta, a não ser a conscientização de que isso já está acontecendo e tornar público o termo e seu real significado.
A pandemia é uma epidemia que se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo devastadoramente.

É certo se chegamos a esse patamar é óbvio que houve descaso pelos poderes públicos na continuidade do combate real do vetor, conscientizando a todos que o perigo mesmo distante ou invisível aos nossos olhos existe, com possibilidades de retorno, assim permitindo uma nova infestação e o pior colocando nas mãos da população a solução desse grande problema, como uma transferência de responsabilidade.
A culpa é do povo....que não limpa seus quintais.....que não descarta corretamente seus resíduos...que não tem conhecimento em educação ambiental.
E o governo fez a lição de casa direitinho? HUM......

Bem....o que se sabe é que não existe um tratamento eficaz e o uso do repelente é fundamental para inibir o ataque  do mosquito, até que.... Deus é quem sabe quando, entre em ação uma vacina para nos livrar desse mal.  
É recomendável pelos médicos o uso de repelente que contenha ICARIDINA, substância menos prejudicial ao nosso organismo.
Eis o motivo dessa postagem.
Compartilhar com você o que tenho de informação a respeito do repelente.
Observo que já falta nas prateleiras dos mercados os mais variados inseticidas com seus respectivos usos e desusos.   





Imagens:Imagens: sac@alergoshop.com.br 

Mais uma vez .......Vamos lá minha gente.... essa batalha é nossa, e se queremos vencer, vamos á campo.

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