As redes sociais têm sido transformadas em divã de
psicanalista, confessionário, leva e trás, câmara indiscreta, fofoqueira, e
muitos mais adjetivos que se possa imaginar.
Uma faca de dois gumes.
Quando se trata do mau uso podemos observar que o lado
positivo dessa questão é que a rapidez na troca de informação diminuiu o
estresse da espera, e o efeito da
“bomba” é de imediato. É vapt...vupt.
O lado negativo é que estamos todos, a mercê do que se pode
chamar de olheiros de plantão e de mentes desocupadas.
Aproveitando o ensejo vou passar adiante (não è fofoca) uma
história baseada em fatos verdadeiros os quais me identifique muito.
-”Estou
de poucos amigos”
-
Amigos?
Estou
impaciente... Intolerante. Sinto medo e vergonha.
Guardo
para mim o que ouço dispensando comentários do que não me diz respeito.
Procuro
respeitar crenças, opinião alheia, comportamento de outras pessoas a partir do
momento que não interfiram nas minhas ideias, nos meus ideais, na minha maneira
de ser.
-
Estou uma ilha.
-
Como assim?
Parei
para pensar e tomei como base a maneira como fui cumprimentada por alguém,
quando inesperadamente cruzamos o mesmo
caminho, que um dia se disse parente mesmo sem laços consanguíneos, e que
tivemos a oportunidade de conviver mais de perto como assim fosse realmente.
O
que me levou a considerar o momento é que ele por si só vem se mostrando aos
olhos do mundo a mudança comportamental das pessoas de um modo geral,
destacando o individualismo acentuado por conta do próprio sistema do:
-
Salve-se quem puder.
-
Farinha pouca meu pirão primeiro.
-
Quem pariu Mateus que embalance.
-
Dane-se o avião que eu não sou piloto, e dentre esses e outros ditados
populares, o homem vem se distanciando dos outros seus tratando como
descartáveis.
-
Sentiu-se mal.
-
E eu também.
E
continuamos...
Cuidadosamente
devemos pensar no que já vivemos, não com tristeza, mas com sabedoria no
sentido de preservar valores adquiridos
com a convivência, lembrando que existe também os revés da vida quando a
mãe do todas as coisas se apresenta como ligação entre passado e futuro.
Independente
de ser quem e como estamos ou mesmo o que somos, jamais deveria esquecer-nos de ser
quem e como estamos e o que fomos por conta de
desconhecer o que ainda está por vir.
Pois
é....de que se queixa o homem senão dos seus próprios erros!!!!
Tudo
isso e muito mais me fez pensar também na minha culpabilidade e na condução dos
outros em relação ao que aconteceu ao redor de nós sem uma percepção relevante
até que o passado condene o presente comprometendo o futuro incerto e
desconhecido.
Ainda
custo a acreditar que o individualismo tenha conseguido apagar da memória tudo
que foi construído pelos raros
momentos significativos.
O
certo por certo é que apesar da distancia o noticiário de janela sob título “fofoqueira
de plantão” continua em plena atividade mostrando a quem
interessar possa a vida de sucesso que segue sem esquecermos a verdadeira
origem.
Você
já observou que quando batemos a porta, alguém pergunta: quem foi?
-
Não.
-
Pergunta-se: quem é?
Ainda
estamos aqui só a pensar se coincidência ou não.... é fato.
Infelizmente,
desenvolvemos frequentemente o individualismo e não a individualidade.
Eliene de castro