Em geral com a chegada de um ano
novo, escancaramos portas, janelas, caixas, gavetas, para dar passagem a tudo
que de alguma forma não correspondeu as nossas expectativas.
É o descarte emocional.
O desapego.
O inverso também acontece.
Há sempre em um cantinho a nos
olhar alguma coisa guardada, esperando só o momento de ser resgatada e
lembrada.
Não é verdade?
Existem
coisas que fazem parte de nós como se fossem uma extensão para lembrar uma
parte de nossa vida.
Ultimamente
tenho feito uma revisão no porão onde consegui armazenar em alguns anos, uma
grande quantidade de lembranças e sonhos.
É surpreendente
a sensação!!!!
Dentre
muitas caixas uma me chamou mais atenção.
Estou
sentada agora olhando o que restou depois de muitos caminhos percorridos
juntos, o que realmente mudou a minha vida.
E como
mudou.....
Imagens do
passado povoam a minha mente e literalmente voo entre salas e corredores do
hospital, tendo como companheiros fiéis, eles, os livros, os meus
livros....cadernos...apostilas... Tudo que me deu a luz do conhecimento e um
sentido a minha vida.
Ainda posso
ouvir o burburinho dos colegas de classe, quando nos reunimos para discutir o
tema do tcc. e sentir a vibração satisfatória das nossas consciências no dever
cumprido.
Entrei na
área da saúde um pouco mais tarde, aos quarenta anos, por conta dos cuidados de
enfermagem que o meu companheiro de jornada necessitou por algum tempo.
Durante esse
período que tudo era novo para mim, nasceu o desejo de continuar aprendendo mais no sentido de cuidar de outras
pessoas que por ventura viesse a precisar da minha ajuda.
Nesse
despertar de consciência, a paixão e a fome do conhecimento específico, tomaram
posse de mim e logo estava eu buscando o curso especializado.
Foi amor á
primeira e a muitas e muitas vistas.
Agora eu
tenho por obrigação me separar deles.
Explico:
quero que outras pessoas tenham a oportunidade de conhecer um pouco dessa área
tão produtiva e gratificante.
Parte da
ciência que desperta em nós o sentido de tudo na vida, respeito ao próximo, a solidariedade e a vontade de ser útil por um bem comum.
Depois de
muito sofrer e pensar, de folhear e lembrar,
de manusear e rabiscar, de ter
lido e relido por varias vezes sem se queixar independente de hora e lugar, folheio
as suas páginas covardemente e me despeço.
Achei um
destino certo para meus companheiros de jornada.
A biblioteca
mais próxima na esperança de que tenha utilidade única, a de transmitir
conhecimento e educação.
Inconscientemente
eu protelei muito essa separação inevitável, mas sempre como tudo tem sua hora
aga, infelizmente aconteceu.
Eles serão
sempre as lembranças que se recusam a morrer, pois é um pedaço de mim e vão
estar sempre vivos na minha memória e no meu dia a dia.
Desapegar-se é muito bom e lá na biblioteca, serão bem utilizados e compartilhados! Valeu! bjs, chica
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