Dizem
que recordar é viver, e quando são coisas boas de ser lembradas, oh! Vale a
pena “ver” de novo.
Dentre
todas as festas que coloca o Brasil como o maior país festeiro do mundo, uma me
traz muitas e boas recordações que são as festas juninas no meu tempo de
criança, até perder o meu esposo no dia 24 de junho.
Olhando
o calendário brasileiro podemos observar que realmente existe em todo o seu território
eventos que retratam costumes e tradições de acordo com a região do seu povo.
Ah!
E como tem festas... para todos os gostos e vontades.
Cheguei
ao meio de uma muvuça em junho, dia primeiro, abrindo o mês de festas chamadas
juninas, sem saber que logo de cara teria que encarar “zoadas e sons” estranhos
ao que estava acostumada a ouvir... BUNS... E assobios dos fogos de artificio
com seus coloridos dançantes no céu. Papai do céu disse: desce lá e arrasa. Você
é única. E assim cheguei com festa.
Morávamos
em uma rua que fica entre uma praça e a avenida beira mar no bairro da Ribeira,
onde nasci me criei, ainda moro e daqui só quando papai do céu disser: volta
que já é o bastante.
Cresci
no meio da folia sem saber ao certo o porquê da homenagem e a escolha de três
santos católicos (Santo Antônio, São João e São Pedro) para marcar os festejos do
mês, já que os nativos que habitavam as terras brasileiras (os índios) também costumavam
comemorar a boa colheita do milho, justamente no mês de junho, com iguarias a
sua base e dentro das variedades estão :a pamonha, o cural, milho cozido,
canjica, cuzcuz, pipoca, bolo de milho, arroz doce, bolo de pinhão, broa de
fubá, maçã do amor, pé-de-moleque, vinho quente, quentão e muito mais.
Lembrando
também do sertanejo, figura principal dessas comemorações, que tradicionalmente
contribui consideravelmente com a sua representatividade em relação à imagem e sua
própria maneira de ser e que fazia festa na sua plantação.
Pois
bem... em relação aos santos populares a ideia nasceu lá em Portugal, e correspondem aos feriados de
Antônio, em Lisboa; de Pedro, no Seixal; e de João, no Porto, em Braga e em Almada.
Durante
o período colonial as festas foram trazidas de Portugal, para o Brasil, que sofrendo já sua
influência também dos chineses, espanhóis, franceses terminou por fazer
parte das tradições de outros países como a França de onde veio a dança marcada
que influenciou as quadrilhas, as boas quadrilhas, a tradição de soltar fogos
de artifício da China; e a dança de fitas teria vindo de Portugal e da Espanha.
E aqui
chegou, no nordeste ganhando características próprias de uma região, em uma interatividade
com os costumes locais, onde as tradicionais festas acontecem em Caruaru (PE) e
Campina Grande (PB),e já entre os dois estados existe uma rivalidades por conta de não poder ser
melhor. Premio Hors Concours.
Por
aqui...por lá, tem muitas curiosidades sobre as festas de junho: As roupas
quadriculadas, remendadas e os chapéus de palha têm a ver com a realidade rural
do Brasil, juntamente com a fogueira, a quadrilha, as promessas e simpatias
para os santos, comes e bebes, bandeirinhas coloridas e muitas músicas caipiras
(Web), mas o que me fez falar sobre é a saudade que sinto do meu tempo vivido
na rua Padre gomes de Souza.
Uma
época em que a pequena rua se transformava em um arraiá tipicamente nordestino
rural, com suas bandeiras coloridas, milho e bacalhau apimentado assado na
brasa, amendoim cozido e mesas fartas tendo de tudo um pouco. Bolo de milho, pamonha, canjica, bolo de
carimã, hum....só de lembrar...água na boca.
A
vizinhança participativa cheia de alegria pulava a fogueira se tornando cumpadre
e cumadre, nem me lembro mais quantos eu
fiz, com juras de que é para a vida toda. Os vestidos de “caipira”, as caras pintadas,
cabelos trancados jogados aos ombros e chapéus de palha, lá se ia pela noite adentro
ao balancê das musicas de:
Olha pró céu meu amor...
Veja como ele está lindo...
Olha pra aquele balão multicor
Como no céu vai
subindo....
A criançada cheia
das típicas indumentárias, munida de madeira brasada, soltava fogos, traques, bombas,
sob olhares cuidadosos dos maiores.
Sou do tempo que podíamos ainda soltar balão, primeiro por
não ter o conhecimento bastante sobre tão grande perigoso é, segundo pela própria
tradição que tínhamos a muito e lá por volta das 11 horas o maior balão que meu
irmão Ely podia fazer, subia sob os aplausos de nós moradores e os olhares
curiosos dos visitantes, afinal a nossa rua já tinha história marcante de como
era a nossa comemoração atraindo pessoas de outros lugares circunvizinhos para
também participar conosco.
E assim todos pediam ao próprio céu que o recebesse intacto,
bastante iluminado depois de meses de trabalho, no cuidado do corte preciso do
papel, na combinação das cores, na colagem das folhas que com o passar do tempo
ia ganhando forma e volume ocupando espaços.
Ah! Sempre aparecia
alguém para ajudar. Ainda ontem estive com um, procurando saber de noticias e
recordar um pouco. Sente saudades.
A nossa casa sofria
transformação para abrigar e acomodar o balão imenso. Valeu a pena. Depois de
acessa a tocha e a claridade valorizar as imagens trabalhadas, lagrimas e abraços de contentamento se faziam
presentes.
Momento único e
gratificante. Sem explicação.
Lembro-me de
alguns moradores, amigos do meu pai, Marialvo, Rubens, Rafael, Jobar, (fazia balões
como ninguém) esses animavam a festa ao som da música e ao gosto do quentão.
Minhas
companheiras de jornada. Marcia Mendonça,
Maria ilza Mendonça, Ana Lucia e Ana Rita Nunes, Ângela leal...
de Brincadeiras e
estudos. Amarelinha, bola de gude, passa anel, baleô, pula corda, pedrinhas, adivinhação,
cozinhado, bonecas...
Etá saudades que
doí no peito e na alma.
Mas
como tudo na vida anda e toma rumos diversos só resta mesmo recordar e chorar.
Oi Lyah
ResponderExcluirQue lindas recordações e quantas emoções vividas
O tempo passa e o baú da memória traz de volta a época da infância onde se era feliz
Hoje tudo mudado os festejos são comedidos. Não existe mais a espontaneidade
Resta então as doces lembranças minha minha amiga
Beijos e um feliz domingo
Olá Eliene:
ResponderExcluirgostei muito de passar por aqui e encontrar toda esta explicação das festas juninas.
o Brasil é maravilhoso por isso, tudo contribui para formar uma festa, várias etnias e tradições...
cada um contribuindo de uma forma e todos comemoram juntos.
isso não acontece em outros lugares, onde a intolerância é grande e as pessoas acabam vivendo em guetos , o que é muito triste.
achei muito interessante o comentário da Gracita, é isso mesmo as festas são fabricadas hoje. Tudo tem um fim comercial e preparado e mundo gira em torno disso.
não existe mais a simplicidade e espontaneidade de outrora..
mas a verdade existe, ela pertence ao nosso Pai querido, e vamos sempre acreditar nisso e agradecer a oportunidade de ter conhecido festas tão alegres e inocentes !!
grande abraço e uma feliz semana abençoada..
:o)
Eliane
http://elianeapkroker.blogspot.com.br/