O Brasil não tem futuro, vá embora enquanto é tempo.
Se você leu o título
desse artigo e discordou, talvez seja funcionário público com alto salário,
passou em concurso nepotista, acomodado derrotista, político ou militante
beneficiado, ganhou na loteria ou é só um iludido patriota. Se for, ainda assim
é bem provável que, quando chegar ao final do artigo, concorde que o Brasil não
tem futuro. O conselho: “vá embora” não serve para todos. O que você vai ler
não é pessimismo, é realismo. Nem todos têm a habilidade de aceitar.
Baseado em documentos desde a colonização, Paulo Prado
(1928) descreve os últimos cinco séculos no Brasil. Leia com muita atenção aos
detalhes.
“Três séculos tinham trazido o país a essa situação
lamentável… O mal, porém, roía mais fundo. Os escravos eram terríveis elementos
de corrupção no seio das famílias. Viviam na prática de todos os vícios….
Desdobrou-se esta terra com grande desaforo: as usuras,
onzenas, e ganhos ilícitos eram cousa ordinária; os amancebamentos públicos sem
emenda alguma, porque o dinheiro fazia suspender o castigo; os estupros e
adultérios: era moeda corrente….Pequeno núcleo, enfim, de devassidão,
indisciplina e viver desregrado, desenvolvendo em plena anarquia moral e social
os germens de desmoralização e depravação de costumes trazidos da metrópole já
decadente… Era essa a sociedade informe e tumultuada que povoava o vasto
território cem anos depois de descoberto”.
O que mudou nesses
500 anos? Muita coisa. Para pior. Somos líderes em quase tudo que é lamentável:
violência, impostos, desemprego, taxa de juros, dívida interna, corrupção,
políticos bandidos, mazelas sociais, hipocrisia, analfabetismo, pobreza farta,
demagogia, infraestrutura caótica, foros privilegiados, estelionato, egoísmo,
proselitismo, impunidade, saúde débil, fiscalização fraudulenta, nepotismo,
clientelismo e desigualdade.
O responsável por tudo isso? Você, eu, nós.
Brasileiros que, assim como outros milhões nos últimos 400
anos, nutriram com seu voto otimista uma classe de criminosos de colarinho
branco, baseados num patriotismo tipo amor bandido. O Brasil sempre foi uma
estrebaria.
O físico Albert
Einstein dizia: “heroísmo no comando, violência sem sentido e toda a detestável
idiotice que é chamada de patriotismo: eu odeio tudo isso de coração”. Sim,
porque o país também precisa amar e respeitar seu cidadão, e não apenas o
contrário, como queria Kennedy. Se Einstein, que foi um gênio, tivesse morado
no Brasil do PT, PMDB, PSDB, PSOL, PCdoB, PP e de um Judiciário tão depravado
como o nosso, teria criado a Teoria da Imoralidade Geral.
Olhar para os lados com medo de assalto e sequestro, sacar
dinheiro escondendo a carteira, cinco meses de suor e tributos, ministros que
subjugam as leis, partidos que protegem estupradores, presidente que frauda
eleição e operação policial, balas perdidas, imprensa parcial (que tenta te
convencer de imparcialidade a bordo de contratos públicos e interesses),
coligações que roubam o povo, sequestros, políticos criminosos impunes, supersalários
inconstitucionais.
Entenda e creia: nada disso é normal. O brasileiro apenas se
acostumou, assim como um pássaro, que deveria ser livre, se acostuma ao
cárcere.
O que você chama de patriotismo entenda como ‘amor à
escravidão’. Vício nefasto de uma cultura que se orgulha de samba, futebol,
malandragem e feijoada ao invés de desenvolvimento, segurança, honestidade e
bem-estar.
Afinal, o que é a vida, senão a busca por sobrevivência e
felicidade?
Se o seu país não oferece nenhuma contrapartida de seu amor,
dedicação, suor e fidelidade, por que continuar fiel?
Quantos e mais
quantos morrem lentamente graças à incompetência de um Estado corrupto?
Isso é ser patriota?
E se outro país te oferece tudo o que você sempre sonhou,
mesmo não sendo cidadão nativo: saúde, respeito, educação, segurança, direitos,
paz, qualidade de vida e tranquilidade?
Como explicar o patriotismo, que Einstein, não por acaso,
tanto odiava?
A vida é fugaz. Até que ponto vale a pena entregar décadas
de sangue, esforço, lágrimas e otimismo a uma localização geográfica e hábitos
culturais, quando esta (cultura política e ética) desde o século XVI, só faz
trair os mais singelos desejos vitais de seus cidadãos?
Responda: até que ponto?
Sim, eu sou como você... Também amo o Brasil.
Mas
infelizmente nossa sociedade não está integralmente preparada para mudar.
Enquanto isso...vivemos em eterna apreensão, estado de alerta e revolta.
Estamos arruinando a saúde em nome de quem?
Joaquim Nabuco dizia que ‘o verdadeiro patriotismo é o que
concilia pátria com humanidade’.
Onde? O que queremos não acontecerá em tempo. Não aconteceu
até hoje. Antes disso é preciso sobreviver com um pouco de dignidade e respeito
de um outro Estado?
Lembre o que disse um dia Diogo Mainardi há 15 anos: “Futuro”?
Que futuro?
O Brasil não tem futuro.
“Daqui a quinze anos estaremos no mesmo buraco de agora”.
Ele estava errado: estamos piores.
Se o patriotismo é ‘o último refúgio dos canalhas’, como
disse Samuel Johnson, ouça um conselho: se nos últimos 500 anos nada mudaram,
vá embora enquanto é tempo. Seu maior bem é sua vida. A Pátria você deixa pros
canalhas terminar de destruir.
Rodrigo Batalha é escritor e especialista em neurociência
aplicada ao comportamento, controle do medo e alto desempenho.
Nota da Redação: se você também é culpado porque pratica
malandragens, safadezas e corrupção, não vá embora, fique por aqui mesmo
rapinando este pobre país! Não vá estragar a vida de outra nação.
Nota do Editor: como sempre digo, "o maior problema do
Brasil é que está cheio de brasileiros" (Felipe Porto)
Fonte:
http://www.oinalienavel.com/…/o-brasil-nao-tem-futuro-va-em…
O que dizer desse incrível e verdadeiro texto, querida Eliene? O maior problema do Brasil é que está pejado, abarrotando de brasileiros, né (rs)?
ResponderExcluirPoxaaaaaaa! Ser líder em quase tudo, mas de ruim, é dose, né?
Muitos brasileiros já estão rumando pra Portugal, que sempre os recebeu bem, tal como vocês nos receberam aí no passado. SEJAM BEM-VINDOS! Portugal está sereno, com mta segurança e a economia está razoável.
Beijos e um abraço bem sincero, AMIGA!
Quem sabe um dia... de fato: "o maior problema do Brasil é que está cheio de brasileiros", sobretudo políticos canalhas e eleitores alienados. mas, questões de família, falta de dinheiro e um restinho masoquista de patriotismo me seguram nesse eterno "país do futuro".
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