“Nossos filhos se tornaram adultos e tiveram filhos”.
O nascimento de um neto é evidência de que não somos mais necessários para a
perpetuação de nossos genes.
Desse momento em diante a vida seguirá em frente,
estejamos ou não por perto.
Em 70 anos, uma recém-nascida se tornou avó ou bisavó.
Quando nos aposentamos, a vida corre mais devagar.
Nossos movimentos também estão mais lentos.
Os sinais externos da idade ficam mais evidentes.
Nossos sentidos estão menos sensíveis.
Desde o nascimento, começamos a perder os cílios
responsáveis pela captação dos sons, no interior do ouvido. Nessa idade já
temos dificuldade para escutar os sons de alta frequência.
Devagar, com o tempo, perderemos até os que captam frequências
baixas.
Os ossículos que transmitem as ondas sonoras da
membrana do tímpano para dentro do ouvido endurecem.
Fica difícil ouvir o que os outros falam.
A visão também piora. A vida inteira exposta aos raios
de sol, o cristalino, a lente dos olhos, perde a elasticidade e escurece.
Pode até mudar a cor dos olhos.
O cérebro precisa fazer acrobacias para compensar
essas alterações.
O esqueleto reflete bem o desgaste de muitos anos.
Os ossos continuam fabricando células novas para
substituir as velhas, mas os osteoblastos já não dão conta de repor as células
perdidas.
A perda constante de massa óssea torna os ossos
quebradiços: é a osteoporose, um perigo permanente.
Sofrer uma fratura é muito mais fácil. Isso acontece
com ambos os sexos, mas as alterações hormonais da menopausa aceleram o
processo nas mulheres.
Por que a aparência de nosso corpo muda tanto entre os
40 e os 70 anos?
É bem mais do que uma questão de uso e desgaste.
O envelhecimento é um processo que afeta uma por uma
de nossas células.
A cada dia, bilhões de nossas células se dividem em
duas. Para isso, precisam duplicar o DNA, e destinar uma cópia para cada
célula-filha.
Enquanto as células mais velhas morrem, as recém
criadas ocupam o lugar deixado por elas.
O problema é que o mecanismo de divisão celular é
sujeito a pequenos erros.
Quando o DNA é copiado, as imperfeições contidas nele
também são duplicadas.
Cada um desses erros é transmitido às células-filhas,
às células-netas e, assim, sucessivamente, para todas as descendentes.
É como nas fotografias: cópias de cópias perdem a
nitidez. Desde o nascimento trocamos todos os ossos do nosso rosto a cada dois
anos.
Aos 70 anos, nossa face é a trigésima quinta cópia da
que tínhamos ao nascer.
A cada cópia as imperfeições se tornaram mais
aparentes.
É por isso que parecemos tão diferentes quando estamos
mais velhos.
Outra causa do envelhecimento está no ar que
respiramos. Sem oxigênio não podemos sobreviver, mas ele nos corrói lentamente.
Dentro de cada célula, as mitocôndrias são nossas
centrais energéticas, nossas fábricas de energia.
Elas combinam o oxigênio com os nutrientes para
produzir a energia necessária ao funcionamento do organismo.
Nesse processo são liberados poluentes chamados de
radicais livres, que agridem as próprias paredes das mitocôndrias e comprometem
a produção de energia.
Como consequência não conseguimos mais repor as
células necessárias, nem corrigir os defeitos ocorridos em seu DNA. O
funcionamento dos órgãos fica comprometido.
Eles podem falhar.
A morte, como a vida, é um processo construído no
interior de nossas células.
Da mesma forma que o DNA controla nosso
desenvolvimento, também limita a duração de nossas vidas.
Em cada cópia de si mesma, a célula perde um pequeno
fragmento de DNA.
Depois de bilhões de divisões, foi perdido tanto DNA
que a capacidade de formar novas células fica comprometida.
A morte não é um acontecimento instantâneo.
É um processo através do qual os órgãos pouco a pouco
entram em falência.
Ao dar as últimas batidas, o coração espalha pelo
corpo um hormônio que aliviam a dor: as endorfinas. Sem oxigênio, os órgãos
param de funcionar.
Em dez segundos a atividade cerebral cai. Em quatro
minutos o cérebro será lesado irreversivelmente.
Perderemos a condição humana.
A audição é o último sentido a nos abandonar.
Mas algumas células permanecem vivas até mesmo depois
da morte: as da pele ainda se dividem por 24 horas.
E são necessárias 37 horas para que o último neurônio
encerre a sua atividade.
Para alguns de nós, a vida pode durar muito tempo.
Quem nasce hoje tem expectativa de viver 80 anos ou
mais.
Mas todas as jornadas um dia devem terminar.
Depois de nossa morte, nossos filhos e netos
carregarão nossos genes no interior de suas células, e vão transmiti-los para
seus descendentes. Nossa vida continuará dentro deles. As memórias que
deixamos, também.
“A nossa Viagem Fantástica chegou ao fim.”
Estou ficando curiosa sobre o
processo de envelhecimento do corpo humano, haja vista que estou adentrando
nessa fase em que tudo conta ponto para ser revisto, separadamente escolhidos
os que vão me proporcionar grandes momentos de paz e tranquilidade.
O
médico Dráuzio Varella nos conta, de forma clara, objetiva e genial, o incrível
processo da morte.
Por achar o tema deveras fascinante,
divulgo-o para quem gosta de saber sobre os eventos e mistérios da nossa
estupenda vida.
É incrível o quanto acontece em nossa vida do nascimento até a idade adulta ou velhice. Melhor é nem pensar nesses desgastes todos, fingir nem ver nossas rugas, pelancas daqui e dali e viver cada dia, aproveitar o melhor que der! bjs, chica
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