Sinto vergonha
de mim!
Por ter sido educador de
parte desse povo,
Por ter batalhado sempre
pela justiça,
Por compactuar com a
honestidade,
Por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra.
Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de
uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos
meus filhos, simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes
pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a
família, célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o “eu” feliz a qualquer custo, buscando a tal “felicidade” em caminhos
eivados de desrespeito para com o seu próximo.
Tenho vergonha de mim
pela passividade em
ouvir, sem despejar meu verbo, a tantas desculpas ditadas pelo orgulho e
vaidade, a tanta falta de humildade para reconhecer um erro cometido, a tantos
“floreios” para justificar atos criminosos, a tanta relutância em esquecer a
antiga posição de sempre “contestar”, voltar atrás e mudar o futuro.
Tenho vergonha de mim,
pois faço parte de um
povo que não reconheço, enveredando por caminhos que não quero percorrer...
Tenho vergonha da minha
impotência, da minha
falta de garra, das minhas desilusões e do meu cansaço.
Não tenho para onde ir,
pois amo este meu chão, vibro ao ouvir meu Hino e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor ou enrolar meu corpo na pecaminosa manifestação de nacionalidade.
Ao lado da vergonha de
mim, tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!
Cleide Canton.
De tanto ver
triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto.
Lindo e bem atual mesmo!Faz pensar! bjs,linda semana,chica
ResponderExcluirComo Portuguesa que sou, não quero opinar, para não melindrar, mas entendo mto bem seu texto e a frase a vermelho de Ruy Barbosa.
ResponderExcluirBeijos com carinho.