Mensagem do dia

17 novembro 2015

Um rio de súplicas

 Mais uma vez o Brasil chora
Carlos Drummond de Andrade em 1984 escreveu um poema que parecia prever o desastre provocado pelo rompimento de uma barragem de resíduos minerais na região de Mariana, no Estado de Minas Gerais no último dia 5 de novembro.

Foi varrido do mapa o distrito de Bento Rodrigues deixando um rastro de destruição e a população de várias cidades ao longo do rio que banha 29 em Minas Gerais e 11 no Espírito Santo, como Governador Valadares, que sem água potável espera ajuda de outras cidades circunvizinhas para matar a sede do seu povo.

No tempo de Drummond o rio ainda era doce... hoje é  lama e desolação em seus 853 quilômetros....o maior desastre ambiental da região mineira que certamente as gerações de hoje nunca mais verão o Rio Doce no seu grande esplendor, levando vida e beleza por onde passava.
Amargamente continua passando...agora já não tão doce....nem de leva carga, mas cheio de súplicas e de dor.

              “Lira Itabirana”
       I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.

     II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!

      III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.

         IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
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Um comentário:

  1. Drummond era um poeta que sentia o futuro. Triste o poeta, mas de uma verdade infinda. Olá minha querida amiga a Ilha Azul em seu natal ainda espera por ti. beijos no coração.

    http://ilha-azul2015.blogspot.com.br/

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Para você tudo de bom e um carinho sempre novo em agradecimento pela sua presença no fim do arco iris. Abraços.

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